Depois de identificar as dificuldades: como iniciar a intervenção psicopedagógica com eficácia
- Juliana Palma
- 24 de set.
- 2 min de leitura

Quando o psicopedagogo, a escola ou a família já identificou as dificuldades de aprendizagem de uma criança ou adolescente — como TDAH, dislexia, déficit de atenção, dificuldades de leitura ou escrita — o próximo passo é iniciar uma intervenção planejada e eficaz.
Mas afinal, por onde começar? Aqui está um guia prático.
1. Defina objetivos claros e específicos
A partir do diagnóstico, escolha uma ou duas metas prioritárias (ex.: melhorar a atenção sustentada, organizar o pensamento, desenvolver leitura com compreensão).
Torne os objetivos mensuráveis (ex.: “aumentar a taxa de acertos em leitura de frases curtas de 60% para 80% em 8 semanas”).
Estabeleça prazo e critérios de sucesso, para saber quando a intervenção está funcionando.
2. Escolha estratégias baseadas em evidências
Use técnicas comprovadas cientificamente, como instrução direta, ensino estratégico (metacognição) e recursos multimodais (visuais, auditivos, cinestésicos).
Divida o conteúdo em etapas pequenas e progressivas, garantindo que cada conquista seja consolidada antes de avançar.
Trabalhe com andaimagem (scaffolding): no início ofereça mais apoio e, aos poucos, reduza para que o aluno ganhe autonomia.
3. Estruture a intervenção em níveis (modelo em camadas)
Um modelo bastante eficaz é o RTI – Resposta à Intervenção, adaptado para a realidade escolar:
Nível 1: estratégias gerais em sala de aula, aplicadas a todos.
Nível 2: apoio direcionado em pequenos grupos, de forma mais intensa.
Nível 3: intervenção individualizada, com foco em necessidades específicas.
4. Monitore o progresso continuamente
Registre resultados de forma semanal ou quinzenal.
Compare os avanços para perceber evolução ou estagnação.
Se não houver progresso, ajuste a intensidade, o método ou a meta.
5. Envolva a família e a escola
Oriente os pais sobre como reforçar em casa as estratégias trabalhadas.
Dialogue com professores para alinhar adaptações (tempo extra, recursos visuais, provas diferenciadas).
Realize encontros periódicos para discutir o desenvolvimento do aluno.
6. Reduza ou encerre gradualmente a intervenção
Quando as metas forem atingidas e as habilidades mantidas, diminua a frequência do atendimento.
Continue monitorando para evitar retrocessos.
Retome intervenções pontuais sempre que necessário.
7. Seja flexível e faça ajustes
Se uma técnica não estiver funcionando, mude a abordagem: use jogos, vídeos, atividades lúdicas ou tecnológicas.
Traga os interesses da criança para dentro da intervenção, aumentando engajamento e motivação.
Lembre-se: o processo é gradual, requer paciência e constância.
🧠 Resumo prático
Estabeleça metas claras.
Use estratégias comprovadas.
Estruture em níveis de intervenção.
Monitore o progresso.
Inclua família e escola.
Reduza gradualmente quando houver sucesso.
Ajuste sempre que necessário.




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